segunda-feira, 20 de abril de 2009

Toda realidade máxima pode ser pensada a partir de uma mínima

Escutei essa frase em uma palestra que participei semana passada. Na hora, ela soou um pouco estranho e me senti incomodada. Mastiguei, tentei digerir mas não desceu.

Então, busquei na internet mais informações sobre o autor e sobre a frase e dei de cara com um antigo conhecido dos tempos de faculdade: o Sr. Adorno (Theodor Ludwig Wiesengrund-Adorno). Na época de estudante não dei muita bola para ele, mas, como “o mundo dá voltas”, cá está ele novamente.

Pelo que entendi, uma obra não pode ser minimizada ou reduzida. Mas uma informação reduzida (como verbetes de enciclopédias) pode servir como início de uma discussão maior, uma informação mais profunda de como ela se apresenta ali na enciclopédia.

Entretanto, essa informação pensada e criada a partir de um verbete está susceptível ao viés de leitura do leitor, que fará a argumentação e a elaboração de seu discurso usando aquilo que ele sabe, suas experiências e conhecimentos - o que pode ser desastroso. O desastre está no fato do leitor não conhecer a obra toda ou, pior ainda, agregar uinformações que ele só conhece pela metade.

Uma viagem! Mas qual pensamento filosófico não é?

Imagine agora a seguinte cena: uma pessoa, com um monte de conhecimento enciclopédico, argumentando sobre um abacaxi, tentando criar uma nova informação sobre sua acidez x doçura. Mas ele só consegue explicar isso por meio de um conhecimento de paladar de limão e açucar....conseguiu imaginar? Sabe qual será o resultado? Uma informação superficial de que o abacaxi pode ser doce como açúcar e ácido como limão. Ou seja, um monte de cópia de “novas” informações que já existem no mercado....cópia do já realizado....Propaganda da mesmice....publicidade no grito... (isso te lembrou alguma coisa?) (não entendi )

Viajando mais ainda, fico pensando nessa nova geração que aprenderá tudo por meio de hiperlinks. Será que eles terão a possibilidade de aprofundar as informações colhidas nos clics aqui e ali? Quão profundos serão seus conhecimentos? Ou será que o conhecimento de verbetes “hiperlínticos” (nem sei se essa palavra existe) será o futuro do mundo? Se sim, quem vai produzir novos assuntos, novas informações?

Conversando sobre o assunto com meu tio, que é jornalista e físico, ele acrescentou:

- Sua preocupação é que as novas gerações fiquem preguiçosas com as facilidades dos novos meios? Claro, sempre vão ter preguiçosos, mas os diligentes acabam fazendo melhor uso das novidades. Veja o que dizia Sócrates sobre a adoção da escrita, que era o maior progresso na época:

"(A escrita) tornará os homens mais esquecidos pois que, sabendo escrever, deixarão de exercitar a memória, confiando apenas nas escrituras e só se lembrarão de um assunto por força de motivos exteriores, por meio de sinais, e não dos assuntos em si mesmos. Por isso, não inventaste um remédio para a memória, mas sim para a rememoração. Quanto à transmissão do ensino, transmites aos teus alunos não a sabedoria, pois passarão a receber uma grande soma de informações sem a respectiva educação! Hão-de parecer homens de saber, embora não passem de ignorantes em muitas matérias e tornar-se-ão, por conseqüência, sábios imaginários, em vez de sábios verdadeiros!"

E com esse monte de perguntas e críticas de conhecimento é que deixo vocês...

Diana Serpa

domingo, 19 de abril de 2009

Velocidade de resposta

Falar que o marketing e a propaganda estão mudando é verdadeiramente, “chover no molhado”. afinal de contas desde que o mundo é mundo eles nunca pararam de mudar.

Tanto o marketing quanto a propaganda estão diretamente ligados ao comportamento e a percepção humana, por isso mesmo acabam sendo reflexo e conseqüência da nossa sociedade e das constantes transformações pelas quais passamos. Uma guerra, uma descoberta tecnológica, uma nova invenção ou uma nova teoria... tudo de certa forma afeta o mundo e por conseguinte afeta o marketing. A exemplo disso posso destacar a recente preocupação das empresas em mostrar aos seus clientes o quanto estão preocupados com o meio ambiente. Com certeza isso não é um preocupação empresarial e sim uma resposta a preocupação da sociedade.

Pois bem, dentro desse imenso caldeirão de estímulos e visível efervecência mundial um ponto pode e deve ser destacado com primordial no relacionamento empresa/clientes. A velocidade de resposta.

Dentro da equação da vida moderna o tempo é o bem mais precioso e administra-lo é o grande desafio. Do ponto de vista do marketing e da propaganda isso tem ditado uma revolução, afinal de contas temos que falar menos e ser mais eficientes em muito menos tempo, fora que a falta de tempo tem criado um cliente menos paciente e mais exigente. A internet é um grande catalizador dessa falta de tempo, temos notícias atualizadas a cada segundo, novos conteúdos atualizados “just in time”, por isso as empresas cada vez mais estão de olho nessa velocidade e ficando cada vez mais “on line”. Não podemos imaginar uma estratégia de marketing ou propaganda sem pensar que o nosso consumidor hoje valoriza o seu tempo e que principalmente faz o seu tempo.

Estamos entrando na era da TV digital onde o conteúdo é a “La carte”, estamos vivendo a era dos blogs onde tanto pessoas quanto empresas fazem as informações circularem de maneira incrivelmente rápida, as redes sociais passaram a fazer parte do dia a dia das pessoas que se unem por afinidades e não por parentesco ou limitações geográficas. As agências de publicidade e comunicação estão tendo que aprender a falar nessa nova velocidade. O mercado mudou, o produto mudou, o cliente mudou, se sua agência não mudou, mude de agência.