terça-feira, 8 de abril de 2008

Publicidade de qualidade

Para definirmos o que é publicidade de qualidade, temos que entender, primeiro, qual é a função da publicidade. Quando um cliente busca uma agência, normalmente a conversa começa pela necessidade de vender mais, conquistar novos clientes ou posicionar uma marca. Poderíamos resumir tudo dizendo que a publicidade precisa ser vendedora? Seja um produto, uma idéia, um comportamento ou uma marca, a publicidade precisa causar algum tipo de reação e não passar despercebida.

Temos casos incríveis de grandes comerciais, com grandes idéias, que são sempre lembrados, mas dificilmente são associados às marcas que os criaram. Outros já são tão parecidos que nunca sabemos de qual empresa foi “aquele” comercial. De qual cervejaria seria? Outro caso clássico são as propagandas de roupa. Grandes marcas no mundo inteiro fazem publicidades idênticas: uma foto de uma modelo sempre com uma cara plácida ou de deboche, com algumas roupas quase sempre sobrepostas e assinadas somente com a marca “famosa”. Assim seguem perfumes, acessórios, cosméticos etc. Algumas publicidades realmente não dizem nada; outras dizem demais. Onde estará o equilíbrio? Será que uma propaganda boa é a que se vende? Aquela que ganha milhares de prêmios? Ou a que conquista o espectador, mas não gera vendas? Ou aquela da música “chata” que não sai da sua cabeça por semanas?

Será que o segredo não está na campanha, mas na mídia atingir o espectador na hora certa, com a mensagem exata? Talvez seja essa idéia que fez com que a nossa publicidade em TV aberta hoje se resuma a 4 cervejarias e 4 Redes de lojas - e, quase de vez em quando, uma montadora. A cada intervalo, temos o mesmo tipo de publicidade só mudam as marcas. Não entendo que a venda de uma TV de plasma esteja diretamente ligada a essas propagandas. Ou será que eu estou errado? É muito engraçado ver essas propagandas; as lojas vendem os mesmos produtos, e todas têm o menor preço e cobrem a melhor oferta da concorrência. Quando vamos até as lojas, o produto de destaque sempre “já acabou” (kkkkk).

Gostaria de conhecer algum bebedor de cerveja que chega no bar e não pede a cerveja preferida, mas sim a com a melhor propaganda. O que vemos na realidade é uma luta por espaço. Talvez o mais importante seja ter uma melhor distribuição e não a melhor propaganda.

Market share: queremos ser a marca mais lembrada ou a mais vendida?

Bom e Ruim são conceitos muito subjetivos: o que é bom pra uns, não é tão bom para outros; o que funciona com um determinado público, não deve funcionar com outro. Então voltamos à pergunta inicial: a propaganda de qualidade é a que vende?

Na minha opinião, a boa propaganda é a propaganda honesta. É aquela que mostra a verdade do produto, que não tenta vender um sonho impossível. É aquela publicidade que seduz e, ao mesmo tempo, informa e não cria falsas expectativas no cliente. O segredo pra se fazer uma boa propaganda está em conhecer a fundo a empresa e o produto. E, mais que isso, conhecer o cliente e saber exatamente o que ele espera daquele produto. Com essas informações muito claras, aí tem que ser criativo, ousado, diferente. Fácil, né?!

Abraços,

Ricardo Fonseca

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