domingo, 30 de março de 2008

Futuridade

Hoje vivemos um tempo muito peculiar no mundo da comunicação. Tivemos, há alguns anos, uma explosão no que diz respeito ao número de agências de publicidade e profissionais de comunicação. Há bem pouco tempo, as profissões mais procuradas pela juventude podiam ser contadas nos dedos: medicina, engenharia, direito, enfim, todas as profissões que promoviam o status de “doutor”. Atualmente esse quadro mudou de forma significativa por vários motivos.

Primeiro: o aumento da competição entre as pessoas praticamente obriga a todos a ter um diploma superior, seja do que for.

Segundo: é infinitamente mais fácil se formar em publicidade ou comunicação em geral que em outros cursos.

Terceiro: o mundo “fantástico” e quase “fantasioso” da televisão e seus grandes anunciantes crivaram as profissões ligadas à comunicação com falsos brilhantes.

Quarto: em função de um mercado decadente e carente de princípios - e por que não escrúpulos? - existem possibilidades reais de incompetentes, bem relacionados, alcançarem o “sucesso”.

Quinta: os avanços tecnológicos facilitam a prática da “Comunicação” sem grandes exigências e, em muitos casos, sem sair de casa.

Sexta: viramos a primeira opção de quem não tem opção.

Sétima: hoje, em cada esquina, temos um “boteco” e uma “faculdade” e não sabemos ainda qual dos dois formam mais “profissionais”. Não existem critérios rígidos para qualificar instituições de ensino realmente prontas a capacitar profissionais éticos e habilitados a exercer a profissão.

Oitava: a velocidade das coisas nos obriga a viver sem planejamento, sem projeções, e os que se arriscam a tentar acabam atropelados. Verdadeiramente não sabemos o que pode acontecer amanhã.

Nona: olhe para trás, converse com seus avós, seus pais, leia sobre antigos pensadores e você perceberá que estamos “emburrecendo”, estamos perdendo todo o conhecimento adquirido no passado.

Décima: o imediatismo da vida e das coisas não nos permite pensar no mundo daqui a 20 anos, 50 anos, e imaginar que talvez, até lá, tenhamos conseguido exterminar uma raça que já agora está em extinção: os bons publicitários.

Poderia ficar aqui listando mais mil motivos pra esse nosso quadro atual e tenho certeza de que cada publicitário de verdade que esteja lendo este post vai se sentir motivado a mostrar sua cara, seu valor... e é isso que nós temos que fazer: lutar por separar os profissionais dos aventureiros, tentar elevar o nível do nosso dia-a-dia, da nossa luta diária e buscar o respeito e dignidade de uma profissão fundamental para o mundo que vivemos. E não deixar que o lixo da nossa profissão sufoque o brilho dos nossos artistas.

Parafraseando o Petit (DPZ): “os layouts não têm que ser modernos, as idéias sim!”


Um abraço

Ricardo Fonseca

Um comentário:

Luis On disse...

http://br.youtube.com/watch?v=hkqqMPPg2VI&feature=related