quinta-feira, 27 de março de 2008

TV Você

Quando a televisão foi criada, poucas pessoas acreditavam no seu sucesso. Em menos de 50 anos, a TV se tornou o maior veículo de comunicação do mundo e sinônimo de grandes e milionárias empresas. Hoje estamos vivendo a chamada era da informação, em que esses grupos de comunicação que detêm o poder econômico ficaram ainda mais poderosos, servindo, de certa forma, como condutores da massa. Isso quer dizer, manipulando nossos gostos e opiniões.

Por isso mesmo, pouco interessa a eles que as pessoas tenham pensamento crítico. Quanto mais “massa” formos, mais fácil comandar e manipular. Vemos isso muito claramente quando somos obrigados a consumir muito “lixo cultural”, quase sempre com vida muito curta. No conceito capitalista “americano” no qual vivemos, a necessidade de consumo ultrapassa qualquer outro valor, seja ele cultural ou social.

É assim mesmo... aquele carro ou aquele tênis que você adorava, há 10 anos, é absolutamente ridículo hoje. E o pior é que até você mesmo acha, até que apareça alguém na televisão e diga que é legal outra vez. Isso é um fenômeno já natural. A indústria fabrica, e nós compramos. É claro que existem casos bem mais agressivos disso, como as guerras patrocinadas pela indústria bélica, a exemplo da guerra do Vietnã e a guerra Irã x Iraque.

Hoje a situação começou a mudar e, como a 50 anos atrás, poucas pessoas estão percebendo o tamanho da revolução que está se armando. Uma revolução libertária, que se manifesta a nível global e que não possui sede ou origem. Uma revolução que está dentro de cada um de nós. A Internet é hoje um espaço totalmente democrático e incontrolável, berço de ideologias que nunca teriam espaço.

Atualmente é possível imaginar que a coisa mais valiosa do mundo, que é a informação, está, de certa forma, disponível para quem quiser. Hoje uma banda é capaz de fazer sucesso mundial sem nunca ter um contrato ou mesmo pisado em uma gravadora. Hoje é possível dizer o que você quiser, da forma que você quiser, sem nenhum tipo de censura. E ainda é possível ser ouvido do outro lado do planeta. Hoje qualquer descoberta, seja ela útil ou não, pode ser difundida mundialmente em questão de segundos.

Em bem pouco tempo, estaremos vivendo uma época em que a qualidade da informação e as afinidades ideológicas é que unirão as pessoas. E, não, a limitação ou o autoritarismo econômico. O importante é que isso é uma revolução humana. Não apenas uma revolução tecnológica. O direito de ter o próprio gosto, a própria fé, os próprios valores é uma revolução libertária.

Essa realidade bate à nossa porta, ou melhor, arromba as portas da percepção.

Espero viver para ver cada pessoa do mundo com seu próprio canal de televisão... para que possamos assistir a quem a gente quiser...


P.S: Essa coluna também foi escrita em 2005.
O youtube anunciou recentemente que iniciará transmissões ao vivo. Alguém duvida?

Abraços

Ricardo Fonseca

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